O Itinerário de Formação Técnica e Profissional no Ensino Médio é uma iniciativa pioneira e deverá ser implantada em Mato Grosso a partir de 2019
Conectado com as aspirações dos alunos, organizado por áreas do conhecimento e integrado à Educação Profissional, o Novo Ensino Médio já é realidade em seis escolas brasileiras, por meio do Itinerário de Formação Técnica e Profissional no Ensino Médio. A iniciativa pioneira, realizada pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), também deverá ser implantada em Mato Grosso, a partir do ano que vem.
A proposta, que está em fase de análise, foi apresentada ao Conselho Estadual de Educação pelo especialista de desenvolvimento industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Alves. Ele explicou que o Sesi Escola e o Senai de Várzea Grande irão ofertar o Ensino Médio integrado ao curso técnico de Eletrotécnica e o Sesi Escola e Senai de Cuiabá, o Ensino Médio juntamente com o curso de Redes de Computadores.
Na oportunidade, Paulo Alves mostrou os resultados atingidos em 2018 pelo sistema de formação diferenciado e a experiência de outros estados que já tiveram receptividade, como o Conselho Estadual de Educação de Goiás, por exemplo. “Mais importante que mostrar uma proposta escrita é ver como ela tem dado certo na rede Sesi Senai”, explica.
Entre as novidades da oferta está o trabalho feito por áreas de conhecimento e não por disciplinas, além da flexibilidade que permite fazer escolhas nos itinerários das escolas, inclusive com metodologias diferenciadas. A metodologia ativa, com a sala de aula invertida (uma mescla entre Ensino a Distância e presencial em que o aluno aprende em casa e tira dúvidas ou aprofunda o tema em sala), os projetos de aprendizagem, bem como a resolução de problemas e desafios, permitem que o aluno seja, de fato, protagonista.
“É tudo construído com os alunos e para os alunos, com a participação de suas famílias, considerando suas diferenças, agrupamentos. Assim, temos uma escola realmente atrativa, com estudantes engajados”, avalia.
Conforme o especialista, os estudantes das escolas piloto veem todas essas diferenças como grande vantagem, principalmente por não terem mais estudos fracionados. “Hoje, eles trabalham com um tema de forma ampla pelo olhar de distintas áreas do conhecimento. Nosso objetivo é que o estudante seja o autor da sua própria história formativa e tenha atitude crítica perante todos os assuntos da sociedade”, declara.
Novo Ensino Médio
A nova metodologia foi implantada, neste ano, em caráter de experiência pedagógica nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo e Goiás. Para o diretor-superintendente do Sesi e diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, a flexibilização do currículo do ensino médio é um caminho para que mais estudantes tenham formação técnica e, com isso, mais oportunidades profissionais. “O ensino técnico amplia a inserção do jovem ao mercado de trabalho, o que é muito importante para o Brasil, principalmente no cenário de desemprego atual”, diz.
A integração da educação profissional ao ensino médio também alinha o sistema educacional brasileiro às melhores experiências internacionais. “Nos países desenvolvidos, a média de jovens que se dedicam a cursos técnicos é de 50%. Na Áustria, esse percentual chega a 77%. Mas, no Brasil, menos de 10% dos estudantes optam pela educação profissional”, afirma Lucchesi.