Criado pelo prefeito Emanuel Pinheiro por meio do Decreto 6.268, em 12 de maio 2017, o Comitê Municipal de Mobilização pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito (CMSPT) que é composto por representantes das Secretarias Municipais de Saúde, de Mobilidade Urbana e de Educação, divulga nesta quinta-feira (11), por meio da Vigilância em Saúde e Gerência de Doenças e Agravos não Transmissíveis da Diretoria de Vigilância em Saúde, o boletim do Programa Vida no Trânsito (PVT), referente ao primeiro semestre de 2018, em Cuiabá.
O estudo apontou que nesse período foram registradas 47 vítimas fatais de acidentes de trânsito nas vias públicas da Capital, totalizando 45 acidentes. Quase a metade das vítimas, 49% (23) veio a óbito ainda no local do acidente, demonstrando a gravidade das lesões. 85,1% (40) dos acidentados residiam em Cuiabá, pouco mais de 10% (05) em Várzea Grande e apenas 4,3% (2) em outros municípios. A maioria das vítimas eram homens (89,4%) na faixa etária de 46 a 59 anos 29,8% (14), seguidos de 26 a 35 anos 25,5% (12) das vítimas.
Os dados também dão conta de que os meses de janeiro e junho foram os mais violentos no trânsito de Cuiabá, ambos registraram as maiores proporções de vítimas fatais 21,3% (10) cada mês. Já em relação ao dia da semana, os domingos tiveram maior número de ocorrências com vítimas fatais totalizando 23,4% (11).
Com relação aos veículos envolvidos, mais da metade dos acidentes, 56,5% (26) envolveram motociclistas, seguidos por ocupantes de automóveis 21,7% (10), pedestres 15,2% (07) e ciclistas 6,5% (03). Foram mais frequentes os acidentes do tipo colisão 36,1% (17), seguido por choque em objeto fixo 27,6% (13) e atropelamento 17,0% (08).
Em 25,5% (12) dos acidentes uma das partes envolvidas não tinha permissão para dirigir (CNH), destes 75,0% (09) eram motociclistas. Conforme análise realizada pela Comissão de Análise de Acidentes de Trânsito de Cuiabá, o principal fator de risco identificado nos acidentes ocorridos no 1º semestre foi excesso de velocidade, presente em 72,7% dos acidentes. Já em relação à conduta de risco mais frequente entre as vítimas fatais foi identificada a condução de veículos sem habilitação 36,4%.
De acordo com o Gerente de Vigilância a Doenças e Agravos, Juliano Silva Melo os dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), registraram 1.326 internações por acidentes de trânsito no 1º semestre de 2018 “76,7% ou seja, 1.017 dessas internações ocorreram no Hospital Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC), gerando um gasto de mais de R$ 1 milhão ao sistema público de saúde. Deste total, os acidentes envolvendo motocicletas correspondem a 71,6% (728). Apenas no 1º semestre de 2018 o Pronto Atendimento (PA) do HPSMC registrou 2.243 atendimentos por vítimas de acidentes de trânsito e embora estes casos não tenham evoluído para internação hospitalar por se tratarem de lesões de menor gravidade, estes atendimentos geraram no mínimo 12 horas de observação, além da realização de exames, avaliação e cuidados de profissionais de saúde produzindo um gasto importante para o serviço público”, revelou.
Segundo a coordenadora de Vigilância a Doenças e Agravos, Clotildes Pinho da Costa o levantamento é uma importante ferramenta para a gestão nortear as ações de combate às violências no trânsito. “A integração das informações é essencial para que a partir da determinação da causalidade desses acidentes, possamos subsidiar os gestores em relação às decisões e intervenções nas áreas do planejamento, gestão, vigilância e assistência, nos diferentes setores envolvidos, visando um trânsito mais humanizado e seguro para pedestres e motoristas”, finalizou.
____________________________
Repórter: Oziane Rodrigues