A RPPN Sesc Pantanal promove o sequestro de, pelo menos, 7,6 milhões de toneladas de carbono em suas florestas
Absorver e armazenar carbono, reduzir as inundações e atenuar os períodos de seca são alguns dos principais impactos positivos gerados pelas áreas úmidas, frente aos efeitos das mudanças climáticas no mundo. Tais efeitos são o tema central de debate, neste ano, do Dia Mundial das Áreas Úmidas, celebrado neste sábado (02/01). O Pantanal é uma das maiores planícies alagáveis do mundo e de grande relevância ecológica e é nele que se encontra a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, responsável pelo sequestro de, pelo menos, 7,6 milhões de toneladas de carbono, por meio das florestas existentes em 108 mil hectares conservados.
A RPPN Sesc Pantanal, principal Unidade de atuação do polo socioambiental do Sesc, foi a primeira reserva privada no Brasil a ser designada como área úmida de importância internacional, chamada de Sítio Ramsar tanto por sua extensão (a maior área de conservação particular do país) quanto pela biodiversidade, modelo de gestão e pesquisas científicas realizadas. Hoje a Reserva Sesc Pantanal é a representante dos 27 Sítios Ramsar no Brasil. No mundo, são 2.200 cobrindo uma área de, aproximadamente 2,1 milhões de Km² em 169 países.
Cerca de 35% das áreas úmidas no mundo já foram perdidas, desde a década de 70, destaca a bióloga e gerente de Pesquisa e Meio Ambiente do Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália. “Por isso, devemos estar unidos na restauração e conservação desses ecossistemas que ajudam a enfrentar e combater os efeitos do clima", observa.
Segundo ela, além da conservação, por meio das RPPNs, que cabe aos indivíduos, às instituições e ao governo, a escolha de cada um faz a diferença para minimizar esses efeitos. "Consumir produtos locais e alimentos orgânicos que têm baixo impacto negativo ao ambiente, escolher fontes de energia renováveis, como a solar e ser responsável pelo resíduo que você gera, fazendo uma separação simples, entre recicláveis e orgânicos, já contribuem significativamente. Com sensibilização, conscientização e atitudes, contribuímos para ter um planeta melhor para todos”, afirma a bióloga.
A origem dos gases de efeito estufa no Brasil, conforme dados do Observatório do Clima, corresponde a 51% decorrente do uso do solo (desmatamento, degradação, ou conversão de solos em atividades rurais), seguida pela agropecuária (22%), energia (19%), indústria (4%) e resíduos (4%).
Na contramão da degradação, as RPPNs têm como objetivos conservar a biodiversidade, propiciar pesquisas científicas, educação ambiental, turismo ecológico e promover a proteção de recursos hídricos já que, as zonas úmidas, que se situam entre ambientes aquáticos e terrestres em ciclos dinâmicos de inundação, são fundamentais para a qualidade do ambiente e todos os seus elementos, como a fauna, flora, solo e clima, assim como para o bem-estar humano, como fonte de água e alimento às comunidades rurais e urbana