A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia mobilizou todas as suas Regionais, distribuídas pelos estados brasileiros, bem como os 12 mil médicos associados para a campanha da Semana Nacional de Trânsito, anunciada pelo Conselho Nacional de Trânsito – Contran.
O tema ‘Minha escolha faz a diferença no trânsito’ foi considerado oportuno pela Diretoria da SBOT, já que “os acidentes e as fraturas causadas pelos acidentes de trânsito se tornaram verdadeira epidemia que lota os hospitais e serviços de atendimento de urgências do País inteiro”, afirma o presidente da instituição, João Maurício Barretto.
Os ortopedistas lembram que embora a mídia se refira sempre ao número pontual de feridos nos acidentes de trânsito dos grandes feriados, Semana da Pátria, Natal e Carnaval, por exemplo, para o ortopedista cada acidente representa trabalho e dedicação durante meses inteiros, após a ocorrência dos acidentes. “É que uma fratura grave numa perna, por exemplo, exige não só o atendimento imediato, para minorar o sofrimento, como também uma cirurgia, às vezes a colocação de um implante e meses de acompanhamento para levar à recuperação”, pois o osso precisa ser consolidado e depois são necessárias sessões de fisioterapia para que os músculos, atrofiados durante o período de imobilização, voltem a se fortalecer.
A SBOT, que já se envolveu em campanhas vitoriosas, como para a obrigatoriedade do uso do capacete pelos motociclistas e pela cadeirinha de segurança para o transporte de crianças em veículos, fez um folder com as recomendações pela maior segurança no trânsito, que segundo Barretto, não é um problema exclusivo do Brasil, mas do mundo. Tanto é assim que a Organização Mundial da Saúde calculou que o trânsito mata 1.260,000 pessoas por ano no planeta, o que significa que uma morte evitável ocorre a cada 30 segundos.
O custo dos acidentes de trânsito é incalculável, segundo os ortopedistas, pois o total de feridos chega perto de meio bilhão, já que estatisticamente para cada óbito, 11 pessoas ficam com sequelas, 38 são internadas e 380 precisam de atendimento ambulatorial. A prova de que que seria fácil reduzir drasticamente os acidentes também é dada pela estatística mundial, segundo a qual a velocidade não é a maior causa de acidentes, mas sim a conjugação de álcool ou drogas com direção.