Uma garrafa jogada aqui, um copinho descartado ali, e outra sacola plástica dispensada acolá. Assim, os diferentes tipos de resíduos que deveriam ter como destino final a lixeira começam a trilhar uma nova rota: as mais de 4 mil bocas de lobo distribuídas ao longo da cidade. Esse tem sido um dos grandes problemas enfrentados pelas equipes da Secretaria Municipal de Obras Públicas, responsáveis pela execução dos trabalhos de limpeza e manutenção dos escoadouros dentro da capital mato-grossense.
Por mês, conforme estimativa da Secretaria, aproximadamente 100 bueiros recebem algum tipo de intervenção, sendo a maioria voltada para o desentupimento dos pontos de passagem de águas pluviais. A cada operação uma cena se repete: no local em que o normal seria encontrar apenas matérias naturais, como terra ou folhas, um aglomerado de lixo é retirado e levado para o aterro sanitário. Além dos pequenos objetos de plástico e metal, peças de bicicleta, partes de sofá, pedaços de cadeira, entre vários outros utensílios são encontrados durante a limpeza.
Em fevereiro deste ano, o serviço ganhou o reforço de dois caminhões hidrojatos. A junção dos novos maquinários com aqueles já disponíveis para os dois grupos de trabalho permitiu que a ação de limpeza fosse potencializada e os resultados desejados alcançados com maior eficiência. Na última semana, por exemplo, a atuação em uma das estruturas da Avenida Ten. Cel. Duarte resultou no recolhimento de centenas de garrafas plásticas e de vidro, que impediam o bom funcionamento do sistema de drenagem da região.
“Em 2017, realizamos aproximadamente 1.200 manutenções e temos como meta dobrar esse alcance em 2018. Todavia, esse é um tipo de trabalho que, caso não haja uma participação ativa da população, o seu resultado dificilmente será o almejado. É um processo tem que ser executado de maneira conjunta, com a colaboração da sociedade, que deve colocar em prática a consciência ambiental e evitar jogar lixo em locais inapropriados. Somente dessa forma vamos conseguir construir uma cidade sustentável e cada vez melhor para se viver”, comenta o titular da pasta de Obras Públicas, Vanderlúcio Rodrigues.
De acordo com o secretário municipal de Serviços Urbanos, José Roberto Stopa, a gestão do Município tem buscado cumprir com o seu papel e encontrar soluções para o problema de descarte irregular de lixo, que não é uma exclusividade de Cuiabá. Segundo ele, uma das iniciativas que já vem sendo adotada é substituição das antigas lixeiras de plástico pelas feitas com aço galvanizado, dando uma maior durabilidade ao objeto e, ao mesmo tempo, dificultando atos de depredações.
Além disso, Stopa destaca também que somente na região central, onde o índice de entupimentos dos bueiros é mais elevado, a pasta dispõe de mais de 140 servidores da limpeza urbana trabalhando diuturnamente para garantir a higienização das vias e demais espaços públicos. O secretário relata ainda que o exercício constante de limpeza, tem resultado no recolhimento de pelo menos três toneladas diárias de lixo.
“O cidadão deve ter a consciência que, quando ele joga um toco de cigarro, uma latinha, ou um simples papel de picolé em um local irregular, além de tirar a beleza da cidade, ele está facilitando o acontecimento de grandes estragos no meio ambiente. Estamos trabalhando para melhora essa demanda da distribuição das lixeiras. Porém, essa é uma questão em que o lado da educação é o que sempre deve prevalecer. Prova disso é que, mesmo com todo empenho dos nossos servidores, uma grande quantidade de lixo ainda vai parar nas galerias pluviais e, consequentemente, chega ao Rio Cuiabá e, posteriormente, no pantanal mato-grossense”, pontua Stopa.
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Repórter: Bruno Vicente
Fotos: Luiz Alves