Mesmo com queda no nível de atividade da construção em dezembro, os industriais estão mais otimistas em relação aos próximos seis meses. Segundo a pesquisa Sondagem Indústria da Construção, a média das expectativas dos industriais saltou 15 pontos entre outubro e dezembro de 2018, ao atingir os 64 pontos. E mesmo a queda no nível de atividade vem reduzindo: ficou em 45,5 pontos em dezembro, acima do desempenho de novembro (43,9), outubro (43,3) e setembro (41,6) – resultados abaixo da linha dos 50 pontos indicam queda. A pesquisa é realizada pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A projeção para os próximos seis meses em relação ao nível de atividade subiu para 68,2 pontos, enquanto o indicador para novos funcionários registrou 62,3 pontos. De acordo com a pesquisa, os empresários também preveem adquirir mais insumos e abrir novos empreendimentos - 63,6 e 61,4 pontos, respectivamente.
“Podemos notar que há uma tendência de melhora observada pelo otimismo dos empresários, embora o setor ainda sinta os reflexos de uma retração de mercado que sofreu ao longo dos últimos anos com queda de oferta no mercado imobiliário, principalmente pela falta de capital disponível para investimento em construção”, avaliou o presidente do Sistema Fiemt, Gustavo de Oliveira.
O principal problema apontado pelos empresários da indústria da construção mato-grossenses é a falta de capital de giro (60%), sendo 66,7% das pequenas empresas e 57,1% das médias e grandes. “Esse é um segmento que precisa de muito capital de giro para reiniciar suas atividades, tanto para investir na compra de insumos quanto na contratação de mão de obra, que é um desembolso imediato com encargos muito fortes associados à contratação de pessoal”, avaliou Oliveira.
A elevada carga tributária é o segundo principal problema, apontado por 40% das indústrias, que afeta 42,9% das médias e grandes empresas e 33,3% das pequenas. “Temos alta carga na compra dos insumos para a indústria da construção, que recolhe principalmente ICMS na compra desses materiais. E como é uma indústria prestadora de serviços utiliza pouco esses créditos. Nesse sentido, cremos que a reforma tributária nacional precisa contemplar isso para que os estoques de crédito de ICMS não sejam quitados pela indústria da construção, um setor que já é sacrificado com grande necessidade de capital de giro”.
A pesquisa revela que a utilização da capacidade operacional permaneceu em 53 pontos em dezembro, mas entre os portes das empresas a diferença diminuiu de 25 em novembro para 16 pontos no último mês do ano, o que pode demonstrar o aumento da participação das pequenas empresas no mercado.
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