A Prefeitura de Cuiabá realizou, durante o fim de semana, uma ação social com a população de dois albergues municipais. Por meio de trabalho voluntário, dezenas de pessoas hospedadas nas estruturas foram atendidas com a atividade de corte de cabelo. A ação, coordenada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, iniciou no sábado (19), na Casa de Abrigamento Porto, e seguiu no domingo (20), no Albergue Manoel Miráglia.
O trabalho foi executado pelo voluntário Thiago Lima, de 33 anos, que também atua como monitor na sede da Associação Terapêutica Paraíso, no Distrito de Nossa Senhora da Guia. Thiago contou que já fez parte do grupo de albergados e encontrou no corte de cabelo uma forma de retribuir todo cuidado recebido em seus tempos de acolhido. Segundo ele, o simples gesto tem como principal objetivo levantar a autoestima das pessoas.
“Tive um passado bem sofrido e já fiz parte desse grupo de albergados. A gente sempre trabalha para que a nossa vida melhore e isso tem acontecido comigo. Consegui ter um auxílio na minha luta e, agora, procuro retribuir isso da melhor forma possível, que é cuidando das pessoas. Hoje tenho como prioridade desenvolver essa atenção com o próximo e isso é extremamente gratificante”, comentou o voluntário.
Um dos beneficiados com o corte de cabelo foi o cacerense Fábio da Costa Mendes, de 29 anos. Hospedado no Albergue Manoel Miráglia há cerca de oito dias, Fábio destacou que a atividade possui um grande significado para todos eles. “Nós dependemos desse tipo de contribuição. Obviamente, quem está aqui não tem a condição de pagar pelo corte. Então, só temos a agradecer a todos que estão envolvidos de alguma forma nesse projeto”, disse.
Natural de São Luiz, no Maranhão, o pedreiro Celso Vale, de 54 anos, também aproveitou a oportunidade. Hospedado na estrutura há aproximadamente um mês, Celso relatou que o gesto do voluntário deve ser visto como uma grande ajuda com aqueles que estão em uma situação de necessidade. “Isso tem a mesma importância de uma doação de uma calça, uma camisa ou um cobertor. Para a maioria das pessoas essas coisas parecem não ser algo tão impactante, mas para quem está aqui é extremamente valioso”, ressaltou o pedreiro.
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Repórter: Bruno Vicente
Fotos: Davi Valle