Assessoria | Sesp-MT
Representantes da Associação de Mulheres de Rondonópolis e Região Sul de Mato Grosso fizeram uma série de reivindicações ao secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas. Entre os pedidos, estão o funcionamento em horário integral das delegacias especializadas em defesa da mulher, disponibilidade de um veículo para associação atender as vítimas e a criação de um espaço no Instituto Médico Legal (IML) para que vítimas e agressores em ocorrências enquadradas na Lei Maria da Penha não se encontrem no exame de corpo delito, gerando constrangimentos.
“Saímos da reunião muito satisfeitos com a atenção que nos foi dada e com os encaminhamentos. Falamos da deficiência do IML em Rondonópolis, sobre a necessidade de uma sala separada para a vítima e o secretário disse que a sugestão deve ser acatada. Queremos parceria com a Secretaria de Segurança Pública”, comentou a presidente da Associação, Sandra Raquel Mendes.
O secretário Rogers Jarbas sugeriu que a Polícia Civil em Rondonópolis pode ajudar a associação levantando quais veículos apreendidos, fruto de tráfico de drogas ou adulterados e que estejam no pátio da delegacia, podem ser acautelados judicialmente e a associação ser a fiel depositária, utilizando o automóvel para atender as vítimas de violência. “Já solicitei ao delegado Claudinei Lopes (delegado regional de Rondonópolis) para que faça esse levantamento e acompanhe vocês no Ministério Público e no Judiciário para sensibilizar o promotor e o magistrado sobre essa necessidade. Em Cáceres fazíamos esse tipo de trabalho para ajudar as associações”, explicou.
Ele ainda sugeriu que a associação busque recursos de sentenças judiciais ou de multas para que sejam direcionadas também para a entidade como forma de manutenção dos trabalhos.
Sandra Raquel informou ao secretário que a associação já trabalha em parceria com a delegacia especializada da Mulher no município. “Como a delegacia tem apenas uma psicóloga para atender os casos de violência contra a criança, mulher e idoso, nos colocamos à disposição da delegada para que ela encaminhe as mulheres vítimas de violência para atendimento psicológico na associação. Temos psicóloga voluntária. A diretoria da entidade tem 16 membros e mais 72 cadastrados como voluntários”, disse.
A presidente da Associação comentou que a rede de proteção à mulher precisa funcionar de forma mais integrada para que a vítima consiga romper o círculo vicioso. “Ela denuncia o agressor, mas ele promete e faz juras de amor, ela acredita e depois começa tudo de novo, eu entendo porque já fui vítima. Levei sete anos para sair disso. Não quero que nenhuma mulher passe o que eu passei. Fiz da dor e da humilhação uma bandeira para um mundo onde as mulheres sejam amadas, protegidas e seguras”.