ROBERTA PENHA
Gustavo Duarte
Dados da Organização Mundial de Saúde – OMS - apontam que, por ano, são registrados cerca de 800 mil suicídios no mundo inteiro e no Brasil a média é de 11 mil pessoas que tiram a própria vida a cada ano. Só em 2018, até o mês de agosto foram 18 casos na capital mato-grossense. No mês em que é realizada a campanha de prevenção ao suicídio, chamada de Setembro Amarelo, a Secretaria Municipal de Saúde realizou uma série de atividades para abordar este tema.
No Pronto Socorro Municipal, por exemplo, foram realizadas quatro palestras ao longo do mês para os servidores. O psiquiatra Paulo Henrique Pereira falou especificamente sobre o tema suicídio. A voluntária do CVV, Ana Rosa Nunes ministrou uma palestra com o tema “CVV e a arte de saber escutar”. A enfermeira Glaciela Marques apresentou a terapia Barra de Access, uma prática com toques suaves na cabeça, em que são tocados pontos energéticos para limpar a mente. A última palestra foi realizada pela enfermeira da UFMT, Samira R. Marcon, que explanou sobre Saúde Mental. No PS foram distribuídos também lacinhos amarelos, representando a campanha para a conscientização dos pacientes e acompanhantes acerca do problema.
O Núcleo Ampliado de Saúde da Família - NASF Oeste organizou uma Roda de Conversa na USF Ribeirão do Lipa, onde a psicóloga Alessandra Costa fez uma abordagem sobre o tema. Durante o bate-papo a psicóloga falou sobre pessoas com risco de cometerem suicídio, fatores de risco, aspectos psicológicos, como ajudar, como se comunicar, entre outras coisas.
A psicóloga Daniela Bezerra foi a responsável em ministrar a palestra “Prevenção ao Suicídio” na sede da Secretaria Municipal de Saúde, para os servidores lotados na unidade. Ela começou a discussão mostrando o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde e fez uma roda de conversa sobre o que os profissionais entendem acerca das relações entre violência, transtorno mental, ofertas de serviço entre outros assuntos. “Este é um tema transversal, que envolve Secretaria de Segurança Pública, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e Secretaria de Saúde. É uma série de fatores que envolvem o suicídio, não apenas a saúde. Quando a pessoa tira a própria vida, a maioria dos dados sobre o ocorrido não vão para a Secretaria de Saúde, e sim para a Segurança Pública. Precisamos fortalecer na Saúde a notificação das tentativas de suicídio, para que possamos fazer o mapeamento e pensar nas causas do ato”, explicou a psicóloga.
Daniela disse ainda que dados do boletim epidemiológico mostram que os municípios que tem CAPS (Centros de Atenção Psicossociais) têm 14% a menos de incidência de suicídio. “Este é um sinal para os gestores perceberem a importância do serviço dos CAPS. Eles dão qualidade de vida para a pessoa que tem transtorno mental grave, médio e leve. Se os CAPS conseguirem absorver o sofrimento do paciente no momento inicial não apenas o suicídio pode ser prevenido, mas também internações psiquiátricas”, explicou a psicóloga. Ela disse ainda que pela quantidade de habitantes em Cuiabá, o ideal seria que a capital tivesse quatro CAPS AD 3, que é para álcool e drogas, possui leito de internação e funciona 24h.