Marcondes Araujo

03
Fevereiro

A ideia é que produtos da região ganhem selo que certifica a qualidade do produto e respeito às normas ambientais

Natalie Luna e Thiago Andrade | Gcom-MT

O governador Pedro Taques apresentou, nesta sexta-feira (03.02), no Fórum dos Governadores do Brasil Central, em Goiânia (GO), a proposta de criação de um selo de qualidade para os produtos produzidos da região. A ideia, segundo Taques, é garantir também que os produtos da região respeitam as leis ambientais e trabalhistas. A inspiração vem do Instituto de Carnes de Mato Grosso (Imac), que já comercializa carne para o exterior com a certificação de qualidade.

Com a ideia aprovada por outros governadores que participam do Consórcio Interestadual do Brasil Central, a ideia é inserir uma marca dos produtos produzidos nesta região. Taques defende que esses produtos tenham uma rastreabilidade, que sejam produzidos com respeito às leis ambientais e sem trabalho escravo. “Em Mato Grosso, nós temos o Imac para a certificação da proteína animal. Existem apenas cinco institutos como este no mundo. Essa experiência é desenvolvida com possibilidade de ampliar a certificação para outros produtos”, disse.

O governador ressaltou que a certificação garante uma marca ao produto e, consequentemente, agrega valor à produção local. “Hoje, além da qualidade intrínseca do produto, queremos conquistar o comércio internacional, e o consumidor internacional tem essa preocupação com o componente de sustentabilidade social. Se o produto for feito com toda a tecnologia de preservação tem um ‘plus’ neste valor final”, exemplificou.

Consolidação do Consórcio

Instituído em 2015, o Consórcio Brasil Central passa por um momento de consolidação das ações. Conforme o presidente do Consórcio, que é governador de Goiás, Marconi Perillo, atualmente o bloco tem R$ 10 milhões para investimentos nas ações para os estados e mais R$ 12 milhões serão esperados para este ano. Os projetos prioritários do Brasil Central serão debatidos em Cuiabá, em reunião que ocorrerá em meados de março de 2017.

Neste primeiro encontro do ano, Perillo mostrou aos demais governadores o programa Goiás Mais Competitivo, voltado para atração de investimentos no estado. Os governadores também conheceram o programa Brasil Digital, do Plano de Infraestrutura Integrada Roland Berger, e um projeto piloto de rastreamento do rebanho. O governador acrescentou ainda que o momento é de entrega concreta de produtos para a população.

Segundo Marconi Perillo, uma consultoria será contratada pelo Consórcio para desenvolver uma estratégia comum de exportações. “Avançamos também na questão do negócio comum, mas ainda não há uma definição final sobre o tema. Entretanto, entendemos que este mercado comum deve levar em consideração a questão sanitária animal e vegetal, incentivos fiscais e questões tributárias”, afirmou.

Ministro das Cidades

A primeira reunião do ano contou com a presença do ministro das Cidades, Bruno Araújo, que elogiou o formato do Brasil Central. Ele ressaltou que a formação do Consórcio mostra a pressa dos governadores com reformas que o País precisa.

O ministro também pediu aos governadores atenção especial ao programa Cartão Reforma do Governo Federal, que vai distribuir mais de R$ 500 milhões para pequenas reformas. Bruno Araújo pediu apoio na realização de mutirões e no chamamento das famílias que podem receber o benefício.

Além de Perillo e Taques, também participaram da primeira reunião os governadores Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul), Marcelo Miranda (Tocantins), Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal), Confúcio Moura (Rondônia) e o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão.

03
Fevereiro

Leguminosas de grãos secos, as chamadas pulses, têm grande mercado na Ásia. Índia é um importante mercado para produção nacional

A visita à Ásia, especialmente a Índia, realizada no fim de 2016 por uma comitiva brasileira liderada pelo ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, confirmou o interesse do país asiático na importação de leguminosas de grãos secos, as chamadas pulses, produzidas no Brasil. O potencial de mercado de produtos como feijão-caupi, feijão-mungo, grão-de-bico, lentilha, entre outros já era previsto por pesquisadores da Embrapa.

Há mais de dez anos a Embrapa Meio-Norte realiza pesquisas com feijão-caupi em Mato Grosso visando à produção em grande escala com foco na exportação. Testes de linhagens e validação de cultivares são feitas buscando materiais que apresentem alta produtividade, qualidade de grãos e adaptação à colheita mecanizada.

Cultivares como a BRS Tumucumaque, BRS Novaera e BRS Guariba já são utilizadas por produtores de Mato Grosso, que em 2016 cultivaram 173 mil hectares de feijão-caupi, de acordo com dados da Conab.

Mesmo com a falta de chuva afetando a produtividade, a produção do estado foi de 130 mil toneladas do grão. A maior parte ainda é destinada ao mercado nacional, sobretudo da região Nordeste. Entretanto, o volume exportado para países como Índia, Egito, Paquistão e Afeganistão tem sido crescente.

Safra 2015/2016 de feijão-caupi
     

Safra 2015/2016 de feijão-caupi

 

Área cultivada (mil ha)

Produção total (mil toneladas)

Mato Grosso

173

130,6

Brasil

1249

362,3

Fonte: Conab

Mercado crescente

Fonte: Conab

Mercado crescente

Desde que iniciou as pesquisas com melhoramento genético do feijão-caupi visando à colheita mecanizada e o cultivo em grandes áreas, a Embrapa tem trabalhado em conjunto com o setor produtivo e com o setor de comercialização em Mato Grosso. Esse alinhamento possibilitou uma visão antecipada das demandas externas não só para esta cultura, mas também para outros pulses.

“Já esperávamos que essa demanda chegaria. A Índia é o segundo país mais populoso do mundo e a tendência é de crescimento nos próximos anos. A Índia é um grande importador de alimentos e boa parte da população tem nos vegetais (pulses) a principal fonte de proteínas, conta o pesquisador da Embrapa Meio-Norte lotado na Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop-MT), José Ângelo Menezes Júnior.

Somente o sul da Ásia, incluindo países como Índia, Sri Lanka, Bangladesh e Paquistão representam aproximadamente 40% do mercado mundial de pulses. A Índia passa por um momento especial em que a população cresce cerca de 18 milhões de habitantes por ano e em que a economia está em expansão. Com maior renda, o consumo de alimentos tem sido maior.

“Além disso, a produção agrícola indiana é menor que a demanda. Para agravar a situação, nas últimas safras agrícolas, 2014-2015 e 2015-2016, foram produzidas dois milhões de toneladas de pulses a menos devido, principalmente, às adversidades climáticas. Isso provocou aumento das importações de 2,2 milhões de toneladas de pulses”, explica o pesquisador da Embrapa Meio-Norte, Kaesel Jackson Damasceno e Silva.

Diante deste mercado promissor, juntamente com as pesquisas, estão sendo realizados em Mato Grosso dias de campo, reuniões e visitas técnicas. Até o Congresso Nacional de Feijão-caupi de 2016 foi realizado no estado, em Sorriso. O objetivo de todas essas ações é o de divulgar a cultura e o conhecimento gerado a partir das pesquisas, além de transferir tecnologias sobre o cultivo para agricultores, aumentando a oferta de grãos no mercado.

“O setor de comercialização identificou que há um grande mercado  para exportação, mas para isso é necessário ter quem produza para ofertar o produto. Não adianta apenas fechar contratos internacionais, é preciso ter o produto em quantidade e qualidade para entregar e hoje, para feijão-caupi, a oferta de grãos para exportação é resultado das pesquisas para desenvolvimento de cultivares aptas ao sistema de cultivo de Mato Grosso”, explica o pesquisador  José Ângelo.

Diversificação de opções

Alvo de crescente interesse dos produtores mato-grossenses, o feijão-caupi representa uma opção produtiva para o setor. Com ciclo mais curto e mais tolerante à seca, tem sido usado em Mato Grosso como cultura de segunda safra em áreas onde não é possível semear o milho dentro da janela de plantio.

Outra vantagem da cultura é o custo de produção mais baixo em relação a outras culturas e com menor risco para cultivar na safrinha.

“O custo está em torno de R$ 700 a R$ 800 por hectare, de acordo com produtores da região. O produtor investe menos e tem um risco menor devido à boa tolerância à seca, o que faz do feijão-caupi uma ótima opção para a safrinha”, analisa José Ângelo.

Novo mercado

Uma cultivar lançada pela Embrapa no ano passado, a BRS Imponente, é outra promessa de aumento da produção. Com grãos extra grandes, o material atende a uma demanda do mercado internacional e será uma nova opção para os agricultores.

“A BRS Imponente está na fase de produção de sementes. É uma demanda que veio do setor de comercialização. Eles queriam um grão grande. Ela não está substituindo outras cultivares, é um novo mercado que está sendo aberto. É importante para diversificação, aumentando as opções para o produtor, explica o pesquisador José Ângelo.

Feijão mungo verde

O contato entre o programa de melhoramento da Embrapa Meio-Norte com o setor de comercialização estabelecido na cultura do feijão-caupi também tem expandido o interesse por outros pulses. Em 2014, o programa de melhoramento da Embrapa Meio-Norte começou a fazer testes com vinte linhagens de feijão mungo verde (Vigna radiata) nos estados do Piauí e de Mato Grosso. A espécie é muito consumida na culinária oriental na forma de broto de feijão (moyashi) ou em grãos.

Para acelerar o processo de pesquisa, um dos parceiros exportadores de pulses ajudou no processo de escolha das linhagens disponíveis no banco de germoplasma que seriam estudadas. Com isso, o trabalho de campo já começou restrito às sementes com as características que interessam ao mercado internacional.

De acordo com o pesquisador José Ângelo Menezes Júnior, os resultados das primeiras avaliações em Mato Grosso são animadores, com materiais produzindo bem, com boa qualidade de grão, boa arquitetura de planta e, o mais interessante, com ciclo produtivo curto. Algumas linhagens produzindo em cerca de 65 dias.

As pesquisas ainda estão em fase inicial, mas a previsão é de lançamento de cultivares de mungo verde já nos próximos anos.

Atualmente não há no mercado cultivares de feijão mungo verde com recomendação de cultivo para Mato Grosso.

 Gabriel Rezende Faria (mtb 15.624 MG JP)
Foto: Eugênia Ribeiro

03
Fevereiro

Os profissionais da rede municipal de educação participaram, nesta sexta-feira (03), da cerimônia da abertura do ano letivo de 2017, realizada no Hotel fazenda Mato Grosso. Dividida em dois períodos, a “Aula Inaugural” contou com a participação de mais de 2.000 servidores, entre gestores escolares, professores e Técnicas em Desenvolvimento Infantil (TDI), que trabalham nas creches, Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e Centros Emergenciais de Educação Infantil (CEEI).

Estiveram presentes no evento, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, a secretaria de Educação, Mabel Strobel, a secretária-adjunta Edilene Machado, e os veadores Dilemário Alencar, Lilo Pinheiro e Advair Cabral.

Ao longo de todo o dia, os servidores tiveram a oportunidade de confraternizar com os colegas de profissão, trocar conhecimentos e assistir as apresentações do coral “Educanto”, composto por servidoras, e de mais duas palestras. Uma com o mais jovem escritor brasileiro sobre finanças pessoais, Érico Metzner, de 13 anos, que explanou o tema “Como realizar o seu sonho”. E outra com o Prof. Dr. Celso dos Santos Vasconcelos, considerado um dos grandes ícones da educação brasileira.

Em seu discurso, o prefeito fez questão de destacar o quanto tem se sentido honrado e orgulhoso por receber a oportunidade de ser o gestor da Cuiabá dos 300 anos. Segundo ele, desde que assumiu tem pensado em como tornar a cidade mais humanizada e viu a educação uma das bases principais para ter sucesso nesse projeto. Nesse sentido, reafirmou sua confiança na secretária Mabel Strobel que, segundo ele, entendeu desde o princípio o tamanho do compromisso feito com a população.

“Desde o início o meu desejo sempre foi colocar uma mulher a frente da Educação. Por isso, quero dizer a professoral Mabel que é uma satisfação tê-la nessa função. É uma grande educadora, sensível e capaz de pensar na melhoria da prestação do serviço público”, afirmou.

A secretária de Educação, Mabel Strobel, agradeceu o prefeito pela confiança depositada ao escolhê-la para comandar a educação na Cuiabá 300. Conforme ela, a oportunidade será aproveitada para escrever uma nova história no ensino municipal.

“É uma imensa satisfação participar dessa oportunidade que o prefeito me ofereceu. Estamos aqui para de maneira coletiva construir uma nova educação, analisando aquilo que já foi feito e trabalhando para oferecer a melhoria que todos merecem”, comentou Mabel.

A secretária-adjunta Edilene Machado lembrou que a abertura do ano letivo marca também o início de uma nova gestão. “Todos estamos no início de um novo ciclo. Que façamos uma gestão voltada para humanização tanto para os professores, quanto para nosso publico alvo, que são nossos alunos”, disse a adjunta.

Durante a cerimônia, Emanuel também garantiu que o Palácio Alencastro estará sempre aberto para recebê-los e juntos debateram formas de se avançar na construção de políticas públicas voltadas para a área. “Meu gabinete, situado no 7º andar do Palácio Alencastro estará sempre aberto a todos. O servidor é meu grande parceiro nesse sonho de fazer de Cuiabá a melhor Capital do Brasil. Contem sempre com meu apoio e sensibilidade, pois jamais serei capaz de virar as costas para quem me colocou aqui”, pontuou.  

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Repórter: Bruno Vicente

Foto: Luiz Alves

03
Fevereiro

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, anunciou nesta quinta-feira (02) que não permitirá o aumento na tarifa do transporte público da Capital neste ano. Isso porque, para ele, é preciso discutir, primeiramente, a necessidade de melhorias na qualidade do serviço prestado aos mais de 3,1 milhões de passageiros, entre pagantes e não pagantes, que andam de ônibus todos os meses.

Ao custo de R$ 3,60, a passagem de ônibus em Cuiabá é considerada uma das mais caras do país. O sistema de transporte público da capital conta, atualmente, com 398 ônibus. “O preço cobrado atualmente é muito caro em comparação com a baixa qualidade do serviço. Precisamos avaliar se estes ônibus possuem ar-condicionado, elevadores para cadeirantes e se são novos”, pontuou o prefeito.

O anúncio contrapõe a proposta feita pela Associação Mato-grossense dos Transportes Urbanos (MTU). Apresentado nesta quinta, o pedido é um reajuste de R$ 0,43, o que elevaria a tarifa para R$ 4,03. Contudo, Emanuel lembrou que as empresas Pantanal, Norte Sul e Integração Transportes operam sob contrato emergencial. A última licitação foi realizada em 2004 e venceu em 2012. O atual contrato com as empresas tem validade até 2019. “Estamos estudando como faremos essa nova licitação”, revelou Pinheiro.

O presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Antônio Joaquim, também entregou, nesta quinta-feira, o relatório de uma auditoria realizada pelo órgão de controle ao prefeito da Capital, que aponta para a necessidade da realização de melhorias no sistema de transporte público.

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Repórter: Hugo Fernandes

Foto: Marcos Vergueiro

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